quarta-feira, 29 de agosto de 2012

A intolerância de quem diz pregar a tolerância



O Cristianismo é uma religião cuja doutrina, pregada por Jesus, entre outras coisas, prega a não-violência e a tolerância para com o próximo. Entretanto, o que se observa nos autoproclamados cristãos, é uma total falta de tolerância para com aqueles que apresentam um pensamento diferente do deles. Observamos isto na intolerância que apresentam com quem segue uma religião diferente, como o Espiritismo ou o Budismo, por exemplo, ou com aqueles que se confessam ateus.
Outra prova de intolerância refere-se às artes, em geral. Livros, filmes ou peças de teatro que apresentam uma temática religiosa, geralmente causam polêmica, o que só contribui para aumentar o interesse pela obra em questão.
É comum vermos as pessoas clamando por LIBERDADE, DEMOCRACIA e LIBERDADE DE EXPRESSÃO. Porém, essas palavras só valem quando o pensamento dos outros se coaduna com o nosso. Quando alguém pensa diferente, costumamos ter atitudes fascistas, bem ao estilo de Hitler ou Mussolini, e tentamos cercear o direito que aquela pessoa tem de se expressar livremente.
Temos visto isto com frequência nas redes sociais. Um exemplo recente é o que foi lançado no Facebook. Segundo o autor da mensagem, o comediante Renato Aragão irá lançar um filme onde ele aprece como o segundo “filho de Deus”, que vem completar a missão iniciada por Jesus (veja a foto). Os “cristãos” se sentiram afrontados e pedem que se “denuncie” esta afronta.
Em primeiro lugar, foi o próprio Jesus quem aconselhou que, quando fôssemos ofendidos, oferecêssemos a outra face. Mas o que vemos aqui, na verdade, é um “bateu, levou”. Em segundo lugar, será que essas pessoas que “se dizem cristãos” realmente o são? Será que elas seguem os mandamentos do Cristo? Jesus pregou a não-violência, mas vemos “cristãos” que são fãs de filmes violentos, os chamados filmes de ação, e de MMA (muitos lutadores, inclusive, se dizem cristãos, e depois arrebentam um outro cara no octógono). Jesus também pregava contra a promiscuidade, mas os “cristãos” assistem a filmes pornôs e transam com quem aparece pela frente (às vezes, até com quem aparece por trás).
Resumindo: clamamos por liberdade, mas tentamos cercear a liberdade de quem pensa diferente. Queremos impor a todos o nosso pensamento, ignorando que as pessoas possuem diversidade de ação e de pensamento. Só falta os “cristãos” voltarem a queimar livros e pessoas nas fogueiras da Inquisição, como a Igreja Católica fazia no passado.
Cada um tem direito a sua crença e ao seu pensamento. Se queremos ter os nossos direitos respeitados, devemos começar dando o exemplo e respeitar o pensamento do próximo.
Provavelmente, é o que Jesus iria fazer!         
 

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Pensar, nem pensar!




Pensar, nem pensar!
Nos dias atuais, esse passou a ser o pensamento (ou o não-pensamento) dominante. Afinal, pensar pra quê? Temos a televisão e a Internet para nos dizerem tudo o que devemos saber; a moda que nos diz o que devemos vestir; as rádios que nos dizem que música devemos ouvir.
Portanto, pra quê pensar?
Pra quê vou analisar se a música que estão me mandando ouvir é boa ou não? Se estão dizendo que é boa, é porque deve ser mesmo! Se me mandam vestir uma determinada roupa, por quê vou me preocupar se ela fica bem ou não em mim? Visto logo de uma vez e estou na moda! Por quê me preocupar com a qualidade dos programas que passam na televisão? Se a tv os exibe, eu os assisto!
Quando perguntamos para algumas pessoas por que elas vestem determinada roupa, ouvem uma determinada música ou assistem a um determinado programa, geralmente ouvimos a mesma resposta: “Todo mundo faz isso!”.
E esse é o problema! Fazemos coisas porque “todo mundo faz”. Se todos os meus amigos usam piercing, por quê só eu não uso? Vou lá e coloco um também (às vezes, até mais de um). Não paro para pensar se eu gosto ou não de piercing, se eu realmente quero usar um piercing ou não. Uso porque “todo mundo” está usando.
A necessidade de fazer parte, de ser aceito em um grupo, nos tira a capacidade de pensar. Faço porque todos fazem. Agimos como os animais que andam em grupo e que se comportam do mesmo jeito, sincronizadamente. Todos andam ao mesmo tempo, comem ao mesmo tempo, bebem água ao mesmo tempo, dormem ao mesmo tempo. Observando alguns grupos humanos (e não apenas de adolescentes, grupos de adultos também), nos perguntamos em que eles são diferentes de um grupo de zebras, leões, gnus ou búfalos. As manadas (sejam de que espécie for, inclusive humana), no geral apresentam os mesmos comportamentos, que só diferem em algumas particularidades (todos os leões caçam zebras do mesmo jeito; todas as zebras fogem dos leões do mesmo jeito).
As manadas humanas, quer estejam caçando, quer estejam sendo caçadas, quer estejam apenas passeando pelas nossas savanas de concreto, agem do mesmo jeito. E assim como uma zebra não pensa por quê come, apenas o faz quando todas as demais zebras do grupo o fazem, nós também nos deixamos levar pelo comportamento da manada à qual pertencemos.
Faço porque todos fazem! – esse é o lema. Não questiono, não analiso, não perquiro, não pergunto. Não penso se aquilo, realmente, é o que quero fazer, se é o melhor a fazer. Faço porque todos fazem e pronto!
Pensar dá muito trabalho. Exige conhecimento, discernimento e nos torna responsáveis pelo caminho escolhido. Ao nos entregarmos à cadência da manada, transferimos aos outros a responsabilidade sobre nossos atos.