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O filme “Psicose”, de 1960, é considerado como um
grande trabalho de Alfred Hitchcock. O que pouca gente sabe, entretanto, é que
o filme é baseado em um livro homônimo do escritor Robert Bloch, publicado em
1959. O livro, por sua vez, foi baseado em um caso real, ocorrido em Wisconsin,
e romanceado pelo autor. Hitchcock leu o livro e resolveu filmá-lo. Adquiriu os
direitos do livro por 9 mil dólares – uma pechincha, mesmo para a época – e
procurou adquirir todos os exemplares disponíveis para que as pessoas não os
lessem e já soubessem o final quando fossem ver o filme.
O caso de dupla personalidade do protagonista – que
só fica claro no final – desperta no público um interesse maior sobre a
história (casos de dupla personalidade sempre fascinaram leitores e
espectadores, em todas as épocas, como é o caso de “O médico e o monstro”, do
“Incrível Hulk” e de Jean Grey / Fênix Negra, dos X-Men).
Além disso, Hitchcock criou cenas em que ‘sugere
mais do que mostra’, mas nos faz ter certeza de que vimos aquilo que ele não
mostrou. É o caso da cena do assassinato da garota no chuveiro. Na cena, vemos
o que nos parece ser a mãe de Norman Bates dar várias facadas na garota, enquanto
seu sangue escorre pelo ralo. Porém, se observarmos atentamente a cena, nos
daremos conta de que vemos o movimento da faca em direção à garota, mas não
temos nenhuma tomada em que apareça a lâmina penetrando em seu corpo. A
velocidade da cena e a imagem não muito nítida, entretanto, nos passam essa
falsa impressão.
A genialidade de Hitchcock, aliada a uma
excepcional atuação de Anthony Perkins (no papel de Norman Bates), fizeram com
que o filme se transformasse em um clássico. O fato de o filme ter sido feito
em preto e branco, em uma época em que já se filmava em cores, foi outro toque
interessante, o que manteve a atmosfera lúgubre que a história pedia.
Hitchcock alegou que filmou em preto e branco para
poupar os espectadores das cenas de sangue. Porém, o mais provável é que ele o
tenha feito devido ao fato de que filmar em preto e branco era mais barato do
que filmar em cores.
Independentemente do motivo, “Psicose” é um cult
que deve ser visto pelas novas gerações e revisto pelas mais velhas. O livro
que deu origem a esse clássico do cinema (publicado pela Editora Darkside)
merece ser lido, e o seu autor merece o crédito de ter inspirado um dos grandes
mestres do cinema.