segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Pensar, nem pensar!




Pensar, nem pensar!
Nos dias atuais, esse passou a ser o pensamento (ou o não-pensamento) dominante. Afinal, pensar pra quê? Temos a televisão e a Internet para nos dizerem tudo o que devemos saber; a moda que nos diz o que devemos vestir; as rádios que nos dizem que música devemos ouvir.
Portanto, pra quê pensar?
Pra quê vou analisar se a música que estão me mandando ouvir é boa ou não? Se estão dizendo que é boa, é porque deve ser mesmo! Se me mandam vestir uma determinada roupa, por quê vou me preocupar se ela fica bem ou não em mim? Visto logo de uma vez e estou na moda! Por quê me preocupar com a qualidade dos programas que passam na televisão? Se a tv os exibe, eu os assisto!
Quando perguntamos para algumas pessoas por que elas vestem determinada roupa, ouvem uma determinada música ou assistem a um determinado programa, geralmente ouvimos a mesma resposta: “Todo mundo faz isso!”.
E esse é o problema! Fazemos coisas porque “todo mundo faz”. Se todos os meus amigos usam piercing, por quê só eu não uso? Vou lá e coloco um também (às vezes, até mais de um). Não paro para pensar se eu gosto ou não de piercing, se eu realmente quero usar um piercing ou não. Uso porque “todo mundo” está usando.
A necessidade de fazer parte, de ser aceito em um grupo, nos tira a capacidade de pensar. Faço porque todos fazem. Agimos como os animais que andam em grupo e que se comportam do mesmo jeito, sincronizadamente. Todos andam ao mesmo tempo, comem ao mesmo tempo, bebem água ao mesmo tempo, dormem ao mesmo tempo. Observando alguns grupos humanos (e não apenas de adolescentes, grupos de adultos também), nos perguntamos em que eles são diferentes de um grupo de zebras, leões, gnus ou búfalos. As manadas (sejam de que espécie for, inclusive humana), no geral apresentam os mesmos comportamentos, que só diferem em algumas particularidades (todos os leões caçam zebras do mesmo jeito; todas as zebras fogem dos leões do mesmo jeito).
As manadas humanas, quer estejam caçando, quer estejam sendo caçadas, quer estejam apenas passeando pelas nossas savanas de concreto, agem do mesmo jeito. E assim como uma zebra não pensa por quê come, apenas o faz quando todas as demais zebras do grupo o fazem, nós também nos deixamos levar pelo comportamento da manada à qual pertencemos.
Faço porque todos fazem! – esse é o lema. Não questiono, não analiso, não perquiro, não pergunto. Não penso se aquilo, realmente, é o que quero fazer, se é o melhor a fazer. Faço porque todos fazem e pronto!
Pensar dá muito trabalho. Exige conhecimento, discernimento e nos torna responsáveis pelo caminho escolhido. Ao nos entregarmos à cadência da manada, transferimos aos outros a responsabilidade sobre nossos atos.                       
          


Nenhum comentário:

Postar um comentário