domingo, 24 de fevereiro de 2013

O menor que será apresentado como o autor do disparo do sinalizador seria apenas um “laranja”?



O caso ocorrido na Bolívia, durante o jogo entre Corinthians e San Jose, durante o qual morreu o menino Kevin Espada, de apenas 14 anos, ainda não chegou a um desfecho. Várias situações foram levantadas a partir do lamentável incidente. Cogitou-se, até mesmo, a exclusão do Corinthians da Copa Libertadores. A Conmebol, a princípio, puniu o clube paulista obrigando-o a realizar os próximos jogos da 1ª fase da Libertadores com os portões fechados, o que gerou protestos por parte da torcida corintiana que tem ameaçado, inclusive, reunir-se na frente do estádio e tentar, eventualmente, forçar sua entrada.
Em uma tentativa de amenizar a situação, iniciou-se um acordo com o objetivo de a torcida corintiana apresentar o responsável pelo incidente. A notícia, agora, é de que um menor, de 17 anos, será apresentado, nessa semana, como sendo o autor do disparo do sinalizador. Vale levantar algumas questões sobre essa situação.
Em primeiro lugar, as torcidas organizadas possuem um “código” que impede que qualquer membro da torcida organizada “dedure” um membro que tenha cometido um crime. No caso atual, esse “código” foi desconsiderado e a torcida irá apresentar o infrator. Por que abrir mão desse “código” nessa situação?
O segundo ponto é o que levanta mais suspeitas: o fato de o infrator ser menor de idade.
Segundo as leis brasileiras, um cidadão brasileiro não pode ser extraditado para um país onde tenha cometido um crime. Para responder o processo na Bolívia, o infrator teria que ter sido preso no país, antes que pudesse voltar ao Brasil. Como o infrator voltou para o Brasil, não poderá ser extraditado.
Outro ponto é a questão da idade do infrator. Caso ele tivesse 18 anos, poderia ser processado criminalmente e cumprir pena por homicídio (que pode ser doloso ou culposo, dependendo do rumo das investigações). Por ter 17 anos, o infrator é considerado menor de idade, pelas nossas leis, não podendo, portanto, responder processo por homicídio. O que pode acontecer ao menor, caso seja realmente considerado culpado, é que ele seja recolhido à Fundação Casa (antiga FEBEM) e ficar detido durante 3 anos, no máximo, saindo antes dos 21 anos. Caso fosse maior de idade, poderia pegar pena de 12 anos ou mais. Ou seja, com a apresentação de um menor, a pena será bem menor do que se o infrator fosse maior de idade.
Assim, faço uma pergunta: será que o menor não é apenas um “laranja”, apresentado com o objetivo de proteger o verdadeiro assassino do torcedor boliviano?
No programa Bate-Bola, do canal ESPN Brasil, deste domingo, foi veiculada a informação de que o advogado do menor afirmou poder “provar” que ele foi o responsável pelo disparo que vitimou o torcedor boliviano. Não é um pouco estranho que um advogado queira “provar” que o seu cliente é realmente culpado? Geralmente, a função do advogado é provar que seu cliente é inocente, mesmo que ele não seja, exceto quando a confissão do crime resulte em algum benefício para o infrator. Nesse caso, o benefício poderia ser para o verdadeiro culpado, provavelmente maior de idade. De outra forma, por que a torcida Gaviões da Fiel está tão interessada em apresentar o “autor” do disparo, quando o seu “código” sugere que seja feito exatamente o oposto?
Isso levanta outro ponto: até quando um menor de idade, no Brasil, continuará sendo considerado “incapaz” de responder pelos seus crimes, crimes, muitas vezes, cometido com premeditação? Quando a Lei brasileira irá perceber que os menores dos tempos atuais, com Internet e outros recursos de informação, não são mais os ‘inocentes’ que eram nas décadas de 40 e 50?
Muitos criminosos, atualmente, utilizam-se de menores de idade para realizar seus crimes, sabendo que, com isso, os autores ficarão impunes. Será que se a Lei fosse diferente esse “menor” se apresentaria como sendo o autor do disparo?   
Está mais do que na hora de revermos as nossas Leis sobre esta questão.                

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

O que há por trás da “porta-voz da liberdade”, Yoani Sánchez?

A ativista cubana, Yoani Sánchez, chegou ao Brasil com ares de pop star. Realizará uma turnê por algumas cidades, participando de debates, entrevistas etc., aclamada como uma espécie de “porta-voz” da liberdade. Nem mesmo o Dalai Lama, quando visita algum país levando uma mensagem de liberdade para o Tibet, invadido pela China na década de 50, recebe tantas atenções. Por que toda essa celeuma em torno da ativista cubana? Algumas questões se fazem necessárias para tentarmos entender o porquê de Yoani Sánchez receber tanta atenção da mídia.
Em primeiro lugar, por que os Estados Unidos lhe dão o seu mais completo apoio, quando existem países na África e Ásia que também sofrem com ditaduras, por vezes mais cruéis do que a que se diz ser praticada em Cuba, e são completamente ignoradas pelo Tio Sam? Será porque são países pobres e que, pela sua distância dos Estados Unidos, não são considerados como áreas de interesse militar? E o Tibet? Por que os Estados Unidos não apoiam tão abertamente ativistas políticos chineses e tibetanos, que criticam as atrocidades praticadas sob o regime chinês?
Além desse, outros pontos devem ser analisados. 
Uma questão importante é: quem está financiando as viagens de Yoani Sánchez? Ela tem viajado por vários países, conhecendo inúmeras cidades. Quem paga suas despesas? E, o mais importante, com que propósito? 
Outro detalhe interessante. O blog criado por Yoani Sánchez, o “Generación Y”, vem recebendo uma atenção bastante incomum, que nem mesmo blogs de jornalistas e escritores renomados recebem, inclusive o ‘Prêmio de Jornalismo Ortega e Gasset’, di jornal espanhol “El País”, geralmente outorgado a jornalistas e escritores que possuam uma sólida e reconhecida carreira em sua área. Juntamente com esse prêmio, Yoani Sánchez embolsou 15 mil euros. O blog de Yoani Sánchez vem recebendo destaque de outras fontes, tais como a rede de televisão CNN, além de vários outros prêmios, inclusive em dinheiro. Isso tudo em apenas um ano de existência.
As postagens do “Generación Y” possuem traduções para vários idiomas, tais como inglês, francês, espanhol, italiano, além de chinês, japonês e húngaro. No total, suas postagens são traduzidas em mais de quinze idiomas. A menos que Yoani Sánchez tenha um fenomenal dom para as línguas, ela teria que possuir uma equipe para realizar as traduções de suas postagens. Se for o caso, quem manteria essa equipe, com todo o custo que ela representaria? Vale lembrar que nem mesmo sites de grandes empresas privadas ou de órgãos do governo traduzem seus conteúdos para tantos idiomas diferentes.
Algumas das afirmações de Yoani Sánchez são contraditórias. Por exemplo, ela afirma que os cubanos não têm acesso à Internet. Se é assim, como ela consegue ter um blog que traduz suas postagens para mais de quinze idiomas, além de seguir e ter milhares de seguidores no Twitter? Como ela consegue utilizar um sistema de pagamento  on-line em um país cujas sanções econômicas proíbem o comércio eletrônico?
O “fenômeno” Yoani Sánchez é algo que temos que analisar com cuidado. Após ela ter chegado ao Brasil, já vi em redes sociais pessoas apoiando a ‘causa’ da ‘ativista’ de maneira irrestrita. Essas pessoas, simplesmente, abraçam o que o “Jornal Nacional” lhes diz para abraçar, sem analisar as implicações políticas que estão por trás dessa “defesa pela liberdade”. 
Devemos lembrar que os Estados Unidos que apoiam a causa de Yoani Sánchez contra a ditadura cubana, são os mesmos Estados Unidos que ajudaram a implantar ditaduras por toda a América do Sul e América Central nos anos 70 e 80, além de apoiar regimes de extrema-direita em vários países da Ásia e da África. Os Estados Unidos não se preocupam com a liberdade dos outros. Suas ações são baseadas puramente em objetivos econômicos, militares e políticos que lhes favoreçam.
Ninguém se torna uma potência econômica mundial praticando a caridade.  

sábado, 16 de fevereiro de 2013

O retorno das histórias de cavalaria e a modernidade



Ultimamente, temos visto um retorno a um tipo de história que andava meio esquecida, desde as sagas sobre a lenda do Rei Arthur: as histórias de cavalaria, situadas em mundos que lembram a nossa Idade Média.
Na década de 80, tivemos “As brumas de Avalon”, de Marion Zimmer Bradley, que tratava a lenda do Rei Arthur sob um ponto de vista feminino. Desde então, não tivemos nada de grande relevância na literatura, até a redescoberta de uma obra que andava meio esquecida no restante do mundo e que, no Brasil, era quase desconhecida: “O Senhor dos Anéis”.
Com o sucesso de “O Senhor dos Anéis”, várias histórias começaram a surgir na literatura mundial. Novas edições de “D. Quixote” foram publicadas, além de presenciarmos o surgimento de obras modernas como “Crônicas de Gelo e Fogo”, de George R. R. Martin, “Rangers – Ordem dos Arqueiros”, de John Flanagan, e “Crônicas de Nárnia”, de C. S. Lewis. Na televisão, temos visto o ressurgimento do tema em séries como “Merlin”, além de vários filmes e seriados sobre dragões.
Em uma época marcada pela profusão de novidades tecnológicas, temos presenciado um retorno a temas antigos e tradicionais, com os quais a nossa pretensa modernidade pretendia romper. É a famosa ruptura da tradição ou tradição da ruptura, conceito tão bem desenvolvido por Otávio Paz.
Histórias de bruxas – ou bruxos, como é o caso de Harry Potter – e releituras de contos infantis – como são os casos de filmes como “João e Maria”, vários sobre Branca de Neve, além de uma série intitulada “Once upon a time”, uma miscelânea de contos infantis – têm preenchido a nossa televisão, cinema e literatura. Isso sem contar a enxurrada de filmes e livros sobre vampiros e lobisomens. O antigo e o tradicional estão reencontrando seu espaço na nossa modernidade.
O mundo antigo seria mais fácil de suportar do que a nossa caótica modernidade? Seria mais fácil viver em um mundo onde a justiça era feita na ponta da espada e julgamentos eram realizados por combate? Seria isso mais fácil do que as nossas várias leis corrompidas para uso pessoal dos poderosos? Afinal, somos assim tão diferentes das pessoas daquela época?
Na Idade Média, os reis e senhores detinham poder de vida e morte sobre seus súditos. As leis eram feitas de acordo com a vontade real e eram quebradas sem a menor cerimônia, sem que o povo pudesse questionar. Hoje em dia, isso mudou – diriam alguns. Mas, será que mudou mesmo?
O povo pode reclamar, mas até que ponto essas reclamações têm validade? No Brasil, vemos, todos os dias, o povo reclamando dos abusos do Congresso, onde deputados e senadores criam leis que os beneficiam, aumentam seus próprios salários e presenteiam a si mesmos com imunidades. Professores e médicos, por exemplo, ganham uma miséria, enquanto nossos políticos ganham fortunas e nem se dignam a comparecer ao Congresso para honrar seus vultosos salários.
Ou seja, os poderosos continuam cada vez mais poderosos, enquanto o povo continua sendo o camponês ignorante, temente ao seu suserano. Somos nós que elegemos os nossos governantes, mas os tratamos com um temor quase reverente, quando deveriam ser eles a nos agradecer por ocuparem os cargos que ocupam.
“Ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais”, diria Belchior. Ainda vivemos como na Idade Média: os pequenos com medo dos poderosos; os poderosos agindo de forma autoritária e arbitrária, sem serem punidos; o camponês que produz passando fome, enquanto os poderosos jogam comida no lixo; os filhos dos poderosos estudando nos Estados Unidos ou Europa, enquanto a maioria do nosso povo permanece na ignorância. Na Idade Média, os filhos dos camponeses não tinham permissão para estudar; os filhos dos nossos camponeses estudam, mas recebem uma educação que só se preocupa com índices para agradar ao FMI, mas que mantém nossos alunos na ignorância. Vemos alunos saindo do Ensino Médio quase sem saber ler ou escrever de uma forma minimamente aceitável. E isso não ocorre apenas no Brasil.
Será que essa onda de histórias de cavalaria não é um reflexo inconsciente do que acontece em nossa época? Um alerta inconsciente para mostrar que a tão apregoada modernidade na verdade não ocorreu?
Nossa política é uma verdadeira Guerra dos Tronos. O mundo está cheio de Cerceis, Jaimes e Tyrions Lannisters. E, o que é pior: Saurons, também.     

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

A tensão entre oralidade e escrita em “Grande sertão: veredas”



A obra de João Guimarães Rosa nos permite efetuar várias leituras diferentes sobre os mais diversos temas, o que faz com que sua obra seja uma das mais ricas da literatura brasileira e, até mesmo, da literatura mundial. Guimarães Rosa nos apresenta um sertão rico em descrições tanto físicas quanto linguísticas. Rosa era um pesquisador do sertão, o que faz com que sua obra seja rica em detalhes. Nesse aspecto, seu trabalho se aproxima de “Os sertões”, de Euclides da Cunha, embora não possua o tratamento técnico, científico deste.
A preocupação com a linguagem é uma das marcas da obra de Rosa. Ele faz uso de um falar sertanejo, bem como de uma linguagem mais refinada, ambas as linguagens presentes no sertão, ao mesmo tempo separando e unindo os personagens. A linguagem do sertão se faz presente no mundo, e a linguagem do mundo se faz presente no sertão. Para o próprio Guimarães Rosa, o sertão é o mundo. Conforme as palavras do personagem-narrador Riobaldo, em “Grande sertão: veredas”, “o sertão está em toda a parte”.
Muitos teóricos afirmam que Guimarães Rosa faz uso de diversos neologismos nos seus textos, inventando, ele mesmo, muitas das expressões utilizadas no livro. No entanto, uma observação mais atenta nos mostra que, em muitos casos, Guimarães Rosa faz uso de estrangeirismos (é o caso de esmarte, do inglês smart, e joliz, do francês joli mais a palavra portuguesa feliz) e de arcaísmos (é o caso de vuvú vavavá, que constam do Pequeno Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa). Muitas expressões usadas nos seus textos são palavras dicionarizadas que, por um motivo qualquer, deixaram de ser utilizadas e que já eram consideradas arcaísmos na época em que sua obra foi escrita.
Guimarães Rosa foi tachado tanto de reacionário (por se utilizar de arcaísmos) quanto de revolucionário (por se utilizar de neologismos e de estrangeirismos). O termo “reacionário” é usado, geralmente, de uma forma pejorativa. Entretanto, se considerarmos que, ao utilizar uma palavra já esquecida, portanto, desconhecida para a maioria, senão para a totalidade, dos leitores, revivendo-a, isso teria o mesmo efeito que a criação de uma palavra nova (já que, para os leitores, essa palavra seria, efetivamente, “nova”). Assim, ele estaria sendo mais revolucionário do que reacionário.
Porém, o que se observa é que, mais do que trabalhar a linguagem, “Grande sertão: veredas”, talvez mais do que qualquer outra obra de Guimarães Rosa, ressalta o conflito entre a tradição oral e a escrita. Além dos diversos ‘causos’ contados pelo personagem-narrador, Riobaldo, que são uma característica da história transmitida de forma oral no sertão, há também a própria estrutura narrativa utilizada pelo autor: o monólogo. O texto se inicia pela fala de Riobaldo, dispensando a presença de um narrador que normalmente situaria a história, o local e os personagens. Enquanto n’Os sertões, de Euclides, temos um capítulo destinado a descrever a terra e outro a descrever o homem, antes de narrar a luta, que é o objetivo do livro, em Rosa vamos conhecendo um e outro – terra e homem – à medida em que a narrativa de Riobaldo avança.
Rosa também nos faz acreditar na presença de um interlocutor que estabelece um diálogo – outra característica da oralidade – com Riobaldo, um interlocutor cuja presença, contudo, está comprometida pela própria fala de Riobaldo. O interlocutor de Riobaldo não é passivo – ele “participa” da narrativa fazendo perguntas e pequenas interrupções –, contudo, essa não-passividade só se dá através do próprio Riobaldo, o qual monopoliza toda a narração – o que é uma característica de um texto escrito. Os personagens falam pela boca de Riobaldo. Temos, nesse caso, uma ambiguidade onde um texto escrito encena uma situação falada e onde a oralidade simula um texto escrito. A escolha de uma narrativa que simula a oralidade revela-nos uma simulação do próprio ambiente do sertão, repleto de personagens rústicos, refratários a mudanças.
Longe de se limitar, entretanto, à ambiguidade entre oralidade e escrita, Rosa estende essa dicotomia para a própria situação do sertão: um ambiente de tensão constante entre os senhores proprietários de terras e o povo, ou seja, a língua escrita como forma de opressão em contraste com a liberdade que se permite a oralidade. O próprio diálogo de Riobaldo com o interlocutor não-nomeado já representa uma ambiguidade, um conflito: o interlocutor demonstra ser um homem culto e cosmopolita, enquanto Riobaldo, atualmente um fazendeiro, já foi jagunço no passado.             
A figura do interlocutor não-nomeado, homem letrado, o qual aparentemente questiona Riobaldo sobre as coisas do sertão, sugere alguém que não pertence àquele meio, embora possua grande interesse nele. Sugere a pessoa de um pesquisador mais do que a de um simples curioso. Esse perfil do interlocutor se encaixa perfeitamente no perfil do próprio Guimarães Rosa, o qual viajava pelo sertão conversando com as pessoas, coletando “causos”, observando a paisagem e a linguagem. Encarando a situação por este ângulo, temos mais uma ambiguidade que permeia o texto. Se considerarmos Rosa como sendo o interlocutor, o narrador passaria a ser esse mesmo interlocutor e, portanto, o texto readquiriria o seu caráter de linguagem escrita; caso contrário, teremos a figura de Riobaldo como narrador e, portanto, voltamos à linguagem oral. Ou seja, de maneira sub-reptícia, Rosa figura a tensão, no controle da narrativa, entre oralidade – Riobaldo, o sertão – e escrita – o interlocutor cosmopolita, o urbano.
Oralidade e escrita, sertão e litoral, proprietários de terras e povo, Deus e Diabo! A própria palavra ‘veredas’, do título, expressa essa dualidade: de acordo com o dicionário Aurélio, vereda, na linguagem do nordeste brasileiro, significa “região mais abundante em água na zona da caatinga, entre as montanhas e os vales dos rios, e onde a vegetação é um misto de agreste e caatinga”.  Vereda também significa “caminho estreito, senda”, em contraste com o “grande sertão”.
A linguagem pode ser tão vasta quanto o sertão, mas também pode ser tão limitadora e estreita quanto uma vereda!