terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

O que há por trás da “porta-voz da liberdade”, Yoani Sánchez?

A ativista cubana, Yoani Sánchez, chegou ao Brasil com ares de pop star. Realizará uma turnê por algumas cidades, participando de debates, entrevistas etc., aclamada como uma espécie de “porta-voz” da liberdade. Nem mesmo o Dalai Lama, quando visita algum país levando uma mensagem de liberdade para o Tibet, invadido pela China na década de 50, recebe tantas atenções. Por que toda essa celeuma em torno da ativista cubana? Algumas questões se fazem necessárias para tentarmos entender o porquê de Yoani Sánchez receber tanta atenção da mídia.
Em primeiro lugar, por que os Estados Unidos lhe dão o seu mais completo apoio, quando existem países na África e Ásia que também sofrem com ditaduras, por vezes mais cruéis do que a que se diz ser praticada em Cuba, e são completamente ignoradas pelo Tio Sam? Será porque são países pobres e que, pela sua distância dos Estados Unidos, não são considerados como áreas de interesse militar? E o Tibet? Por que os Estados Unidos não apoiam tão abertamente ativistas políticos chineses e tibetanos, que criticam as atrocidades praticadas sob o regime chinês?
Além desse, outros pontos devem ser analisados. 
Uma questão importante é: quem está financiando as viagens de Yoani Sánchez? Ela tem viajado por vários países, conhecendo inúmeras cidades. Quem paga suas despesas? E, o mais importante, com que propósito? 
Outro detalhe interessante. O blog criado por Yoani Sánchez, o “Generación Y”, vem recebendo uma atenção bastante incomum, que nem mesmo blogs de jornalistas e escritores renomados recebem, inclusive o ‘Prêmio de Jornalismo Ortega e Gasset’, di jornal espanhol “El País”, geralmente outorgado a jornalistas e escritores que possuam uma sólida e reconhecida carreira em sua área. Juntamente com esse prêmio, Yoani Sánchez embolsou 15 mil euros. O blog de Yoani Sánchez vem recebendo destaque de outras fontes, tais como a rede de televisão CNN, além de vários outros prêmios, inclusive em dinheiro. Isso tudo em apenas um ano de existência.
As postagens do “Generación Y” possuem traduções para vários idiomas, tais como inglês, francês, espanhol, italiano, além de chinês, japonês e húngaro. No total, suas postagens são traduzidas em mais de quinze idiomas. A menos que Yoani Sánchez tenha um fenomenal dom para as línguas, ela teria que possuir uma equipe para realizar as traduções de suas postagens. Se for o caso, quem manteria essa equipe, com todo o custo que ela representaria? Vale lembrar que nem mesmo sites de grandes empresas privadas ou de órgãos do governo traduzem seus conteúdos para tantos idiomas diferentes.
Algumas das afirmações de Yoani Sánchez são contraditórias. Por exemplo, ela afirma que os cubanos não têm acesso à Internet. Se é assim, como ela consegue ter um blog que traduz suas postagens para mais de quinze idiomas, além de seguir e ter milhares de seguidores no Twitter? Como ela consegue utilizar um sistema de pagamento  on-line em um país cujas sanções econômicas proíbem o comércio eletrônico?
O “fenômeno” Yoani Sánchez é algo que temos que analisar com cuidado. Após ela ter chegado ao Brasil, já vi em redes sociais pessoas apoiando a ‘causa’ da ‘ativista’ de maneira irrestrita. Essas pessoas, simplesmente, abraçam o que o “Jornal Nacional” lhes diz para abraçar, sem analisar as implicações políticas que estão por trás dessa “defesa pela liberdade”. 
Devemos lembrar que os Estados Unidos que apoiam a causa de Yoani Sánchez contra a ditadura cubana, são os mesmos Estados Unidos que ajudaram a implantar ditaduras por toda a América do Sul e América Central nos anos 70 e 80, além de apoiar regimes de extrema-direita em vários países da Ásia e da África. Os Estados Unidos não se preocupam com a liberdade dos outros. Suas ações são baseadas puramente em objetivos econômicos, militares e políticos que lhes favoreçam.
Ninguém se torna uma potência econômica mundial praticando a caridade.  

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