domingo, 27 de outubro de 2013

36 anos depois, Stephen King escreveu a continuação de “O Iluminado”



O escritor norte americano Stephen King publicou “Doctor Sleep” (ainda sem título em português), que será a continuação de “O Iluminado”, livro de 1977, portanto, de 36 anos atrás. O autor mencionou dois projetos em potencial: a continuação de “O Iluminado” e uma sequência de “A Torre Negra”. Os fãs puderam votar e, em 31 de dezembro de 2009, data do encerramento da votação, a continuação de “O Iluminado” recebeu 5.861 votos contra 5.812 para uma continuação de “A Torre Negra”, projeto que poderá ser realizado futuramente.
Para quem não leu “O Iluminado”, o livro conta a história da família Torrance, cujo pai, Jack, um escritor, foi contratado para a vaga de zelador do Overlook Hotel, nas montanhas do Colorado, durante o período de inverno, quando a neve torna o hotel quase inacessível. Junto com ele, estavam a esposa, Wendy, e o filho, Danny, um menino de 5 anos que possui o dom de ver pessoas mortas e se comunicar telepaticamente com outros “iluminados” – como é o caso do cozinheiro do hotel, Dick Hallorann. Jack espera aproveitar o tempo livre que terá para terminar de escrever o seu livro. Porém, ao ficarem sozinhos no hotel, tanto Danny quanto Jack são afetados pelos espíritos das pessoas que haviam morrido lá. Os problemas de Jack com o álcool voltam e ele passa a ser uma ameaça para sua família e para si próprio.
O livro foi transformado em filme pelo diretor Stanley Kubrick, mas Stephen King não gostou da versão do diretor que, segundo ele, empobreceu os personagens e toda a questão psicológica que os envolvia.
Agora, 36 anos depois de lançar “O Iluminado”, Stephen King escreveu sua continuação: “Doctor Sleep”. Neste novo livro, Danny Torrance, agora com 40 anos, vive em Nova Iorque e trabalha em um hospital para pacientes em estado terminal, os quais ele auxilia a ter uma morte “limpa” por intermédio dos seus poderes. Entretanto, Danny possui sequelas dos eventos ocorridos no Overlook Hotel. Ele herda do pai a agressividade e o alcoolismo. Além disso, fantasmas do hotel – como a mulher do quarto 217 – encontram Danny e o atormentam.
Para aqueles que leram “O Iluminado”, “Doctor Sleep” se torna uma leitura quase “obrigatória”, pois narrará fatos que se seguiram à trágica história passada no Overlook. Para quem não leu “O Iluminado” e pensa em ler “Doctor Sleep”, seria interessante ler o primeiro livro para, depois, ler o segundo. Apesar de serem histórias que se passam em épocas diferentes – e serem histórias diferentes –, “Doctor Sleep” traz muitos elementos de “O Iluminado”. A leitura deste irá “iluminar” muitos eventos abordados em “Doctor Sleep”.           

domingo, 20 de outubro de 2013

Prêmio Jabuti divulga lista dos vencedores



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Foi divulgada a lista dos vencedores do Prêmio Jabuti de 2013. Veja os ganhadores nas principais categorias:

Romance

1- “O mendigo que sabia de cor os adágios de Erasmo de Rotterdam”, de Evandro Affonso Ferreira (Record)
2- “Glória”, de Victor Heringer (7 Letras)
3- “Barba ensopada de sangue”, de Daniel Galera (Cia das Letras)


Contos ou Crônicas

1- “Páginas sem glória”, de Sérgio Sant’Anna (Cia das Letras)
2- “Diálogos impossíveis”, de Luis Fernando Veríssimo (Objetiva)
3- “Aquela água toda”, de João Anzanello Carras (Cosac Naify)


Infantil

1- “Ela tem olhos de céu”, de Socorro Accioli (Gaivota)
2- “Visita à baleia”, de Paulo Venturelli (Positivo)
3- “A ilha do crocodilo – Contos e lendas do Timor Leste”, de Geraldo Costa (FTD)


Poesia

1- “A voz do ventríloquo”, de Ademir Assunção (Edith)
2- “Raymundo Curupyra, o caypora”, de Glauco Mattoso (Tordesilhas)
3- “Porventura”, de Antônio Cícero (Record)

A lista completa você poderá ver em zerohora.clicrbs.com.br/rs/cultura-e-lazer/segundo-caderno/noticia/2013/10/anunciados-os-vencedores-do-premio-jabuti-2013-confira-a-lista-4304148.html. 

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Inferno, de Dan Brown, é um livro para reflexão



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O estilo de Dan Brown é conhecido em todo o mundo. Suas histórias são um thriller que envolvem muita ação, movimentação, mistérios e simbolismos ligados, geralmente, ao mundo da arte. Com “Inferno”, seu último livro, publicado pela Editora Arqueiro, o autor manteve estes elementos, além de acrescentar um outro não muito comum às suas histórias: a reflexão.
“Inferno” tirou seu título do primeiro “livro”, “capítulo” ou “canto” da obra-prima do italiano Dante Alighieri, “A Divina Comédia”, um poema de viés épico, no qual o próprio autor, guiado por Virgílio e, depois, pela sua amada, Beatriz, faz uma viagem pelo Inferno, Purgatório e Paraíso.
No livro de Dan Brown, um misterioso personagem utiliza a “Divina Comédia” como inspiração para, aparentemente, disseminar uma “peste” que, a exemplo da Peste Negra, que dizimou um terço da população mundial, iria matar milhares de pessoas. As ‘pistas’ que o professor Robert Langdon têm de decifrar estão associadas à arte. A história se passa em Florença, na Itália, uma cidade que é praticamente um museu a céu aberto.
Porém, mais do que a história, sua ação e seus símbolos, o que nos chama a atenção é que o autor coloca em discussão algo que está ocorrendo atualmente, mas que ainda não recebeu a devida atenção por parte de governos e organizações mundiais: o excesso de pessoas no planeta, levando a uma superpopulação.
Se observarmos a nossa História, veremos que, de tempos em tempos, alguma calamidade ocorreu, dizimando grande parte da população e mantendo o número de pessoas em um nível suportado pelo planeta. Porém, do início do século XX para cá, a população mundial tem aumentado em uma progressão geométrica, superando as possibilidades do planeta de suportar um número tão grande de pessoas. Em alguns lugares, a comida e, até mesmo, a água começam a escassear.
Os avanços na medicina, principalmente, conseguiram diminuir a incidência de doenças letais, as grandes pandemias, evitando a morte de centenas ou milhares de pessoas. Além disso, a mortalidade infantil vem diminuindo em vários países, além de haver um aumento na expectativa de vida. Em vários países, a expectativa de vida supera a faixa dos oitenta anos.
Isso tudo vem sendo ‘festejado’ pelas pessoas como símbolo de progresso. Porém, o que não se percebe – ou não se quer perceber, o que, no livro, é chamado de ‘negação’ – é que essa diminuição na mortalidade infantil, acompanhada de uma maior expectativa de vida, leva a um excessivo aumento populacional que já vem gerando diversos problemas, e que se tornará insustentável daqui a alguns anos.
As organizações que tratam da saúde orgulham-se desses feitos e procuram aumentar ainda mais a expectativa de vida das pessoas, mas não parecem fazer nada para conter o aumento descontrolado da população. No livro, um cientista toma uma atitude drástica para tentar conter esse aumento desenfreado.
Apesar de muita gente ver esse livro apenas como uma ‘história’ interessante, ela nos leva a refletir sobre o nosso futuro e como o planeta irá suportar esse excesso populacional, que vem destruindo a natureza, esgotando os recursos naturais e levando espécies animais e vegetais à extinção. Seria importante começarmos a pensar em algum tipo de controle de natalidade para que, no futuro, não tenhamos milhares de pessoas passando fome e sede, o que levará muitos países à guerra em busca de recursos naturais.
“Inferno” nos alerta para os problemas que o mundo poderá vir a enfrentar. Se nada for feito nos próximos anos, poderemos ter um cenário muito parecido com o que Dante vislumbrou no seu primeiro ‘canto’.
Se isso ocorrer, a passagem da humanidade pelo “Inferno” poderá não ser tão tranquila quanto a de Dante, guiado por Virgílio. Poderemos ficar muito tempo no Inferno, antes que consigamos alcançar o Purgatório.   

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Em país com governo ineficiente, projetos individuais preenchem lacunas na Educação



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A educação no Brasil vive uma crise ‘crônica’ que se arrasta há algumas décadas. O governo, por meio de comerciais na televisão, vive exaltando o nível da Educação brasileira, mas quem trabalha em escolas, mais propriamente os professores, sabe que a realidade é bem diferente – e para pior – do que é apregoado nas propagandas governamentais.
Professores mal remunerados; professores despreparados; escolas sem estrutura física para atender bem aos alunos, são alguns dos problemas que vivemos atualmente. Muitas pessoas que trabalham nas secretarias de educação – estaduais e municipais – muitas vezes não têm qualquer conhecimento na área. Obtêm o cargo por apadrinhamento político ou por troca de favores eleitorais. Sem contar que, atualmente, as escolas acabam passando de ano alunos que não têm a mínima condição, apenas para melhorar o índice de aprovação e, consequentemente, obter mais verbas.
Diante desse quadro, o que muitas vezes se “salva” na Educação são as iniciativas pessoais. Alguns professores, percebendo a precariedade das condições da escola, criam projetos que despertam o interesse do aluno pelos estudos ou que melhoram suas condições de estudo.
Escolas que não possuem biblioteca, por exemplo, montam seus acervos por intermédio de professores de Língua Portuguesa que obtêm livros por meio de doações. Os próprios professores catalogam os livros e os guardam em armários, emprestando-os aos alunos e utilizando-os em pesquisas. Além de darem aulas, esses professores funcionam como bibliotecários.
Outros professores criam projetos que vão desde a montagem de um coral ou grupo de dança, até a criação de um grupo de teatro. Por meio de apresentações, abertas aos pais e aos demais membros da comunidade, despertam nos alunos, e também nas pessoas da comunidade, o gosto pela leitura – por meio da recitação de poemas e/ou pesquisas sobre a vida e obra de autores -, por um cinema e teatro de qualidade e por música e dança eruditas (tais como música clássica e balé), indo além dos já populares ‘funk’ e ‘forró’, que proliferam entre a camada mais baixa da população, constituindo-se, quase que exclusivamente, na sua fonte de conhecimento e diversão.
Dessa forma, abre-se um leque de opções para as pessoas, retirando-as do maniqueísmo cultural, propagado pela televisão e pelo rádio, no qual elas estão imersas.
Como professor, tenho tido oportunidade de presenciar vários desses projetos, os quais, muitas vezes, não recebem o devido apoio de suas respectivas Secretarias de Educação, sendo organizados por professores que realmente têm a preocupação de formar cidadãos conscientes, e não apenas de recitar conteúdos e emitir notas.
Em um país que não possui o interesse de, realmente, educar seu povo, são esses projetos individuais que, geralmente, contribuem para o crescimento do aluno, tanto em conhecimento quanto em cidadania.