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@sebo_cultural64
A educação no Brasil vive uma crise ‘crônica’ que
se arrasta há algumas décadas. O governo, por meio de comerciais na televisão,
vive exaltando o nível da Educação brasileira, mas quem trabalha em escolas,
mais propriamente os professores, sabe que a realidade é bem diferente – e para
pior – do que é apregoado nas propagandas governamentais.
Professores mal remunerados; professores despreparados;
escolas sem estrutura física para atender bem aos alunos, são alguns dos
problemas que vivemos atualmente. Muitas pessoas que trabalham nas secretarias
de educação – estaduais e municipais – muitas vezes não têm qualquer
conhecimento na área. Obtêm o cargo por apadrinhamento político ou por troca de
favores eleitorais. Sem contar que, atualmente, as escolas acabam passando de
ano alunos que não têm a mínima condição, apenas para melhorar o índice de
aprovação e, consequentemente, obter mais verbas.
Diante desse quadro, o que muitas vezes se “salva”
na Educação são as iniciativas pessoais. Alguns professores, percebendo a
precariedade das condições da escola, criam projetos que despertam o interesse
do aluno pelos estudos ou que melhoram suas condições de estudo.
Escolas que não possuem biblioteca, por exemplo,
montam seus acervos por intermédio de professores de Língua Portuguesa que
obtêm livros por meio de doações. Os próprios professores catalogam os livros e
os guardam em armários, emprestando-os aos alunos e utilizando-os em pesquisas.
Além de darem aulas, esses professores funcionam como bibliotecários.
Outros professores criam projetos que vão desde a
montagem de um coral ou grupo de dança, até a criação de um grupo de teatro.
Por meio de apresentações, abertas aos pais e aos demais membros da comunidade,
despertam nos alunos, e também nas pessoas da comunidade, o gosto pela leitura
– por meio da recitação de poemas e/ou pesquisas sobre a vida e obra de autores
-, por um cinema e teatro de qualidade e por música e dança eruditas (tais como
música clássica e balé), indo além dos já populares ‘funk’ e ‘forró’, que
proliferam entre a camada mais baixa da população, constituindo-se, quase que
exclusivamente, na sua fonte de conhecimento e diversão.
Dessa forma, abre-se um leque de opções para as
pessoas, retirando-as do maniqueísmo cultural, propagado pela televisão e pelo
rádio, no qual elas estão imersas.
Como professor, tenho tido oportunidade de
presenciar vários desses projetos, os quais, muitas vezes, não recebem o devido
apoio de suas respectivas Secretarias de Educação, sendo organizados por
professores que realmente têm a preocupação de formar cidadãos conscientes, e
não apenas de recitar conteúdos e emitir notas.
Em um país que não possui o interesse de,
realmente, educar seu povo, são esses projetos individuais que, geralmente,
contribuem para o crescimento do aluno, tanto em conhecimento quanto em
cidadania.
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