quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Em país com governo ineficiente, projetos individuais preenchem lacunas na Educação



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A educação no Brasil vive uma crise ‘crônica’ que se arrasta há algumas décadas. O governo, por meio de comerciais na televisão, vive exaltando o nível da Educação brasileira, mas quem trabalha em escolas, mais propriamente os professores, sabe que a realidade é bem diferente – e para pior – do que é apregoado nas propagandas governamentais.
Professores mal remunerados; professores despreparados; escolas sem estrutura física para atender bem aos alunos, são alguns dos problemas que vivemos atualmente. Muitas pessoas que trabalham nas secretarias de educação – estaduais e municipais – muitas vezes não têm qualquer conhecimento na área. Obtêm o cargo por apadrinhamento político ou por troca de favores eleitorais. Sem contar que, atualmente, as escolas acabam passando de ano alunos que não têm a mínima condição, apenas para melhorar o índice de aprovação e, consequentemente, obter mais verbas.
Diante desse quadro, o que muitas vezes se “salva” na Educação são as iniciativas pessoais. Alguns professores, percebendo a precariedade das condições da escola, criam projetos que despertam o interesse do aluno pelos estudos ou que melhoram suas condições de estudo.
Escolas que não possuem biblioteca, por exemplo, montam seus acervos por intermédio de professores de Língua Portuguesa que obtêm livros por meio de doações. Os próprios professores catalogam os livros e os guardam em armários, emprestando-os aos alunos e utilizando-os em pesquisas. Além de darem aulas, esses professores funcionam como bibliotecários.
Outros professores criam projetos que vão desde a montagem de um coral ou grupo de dança, até a criação de um grupo de teatro. Por meio de apresentações, abertas aos pais e aos demais membros da comunidade, despertam nos alunos, e também nas pessoas da comunidade, o gosto pela leitura – por meio da recitação de poemas e/ou pesquisas sobre a vida e obra de autores -, por um cinema e teatro de qualidade e por música e dança eruditas (tais como música clássica e balé), indo além dos já populares ‘funk’ e ‘forró’, que proliferam entre a camada mais baixa da população, constituindo-se, quase que exclusivamente, na sua fonte de conhecimento e diversão.
Dessa forma, abre-se um leque de opções para as pessoas, retirando-as do maniqueísmo cultural, propagado pela televisão e pelo rádio, no qual elas estão imersas.
Como professor, tenho tido oportunidade de presenciar vários desses projetos, os quais, muitas vezes, não recebem o devido apoio de suas respectivas Secretarias de Educação, sendo organizados por professores que realmente têm a preocupação de formar cidadãos conscientes, e não apenas de recitar conteúdos e emitir notas.
Em um país que não possui o interesse de, realmente, educar seu povo, são esses projetos individuais que, geralmente, contribuem para o crescimento do aluno, tanto em conhecimento quanto em cidadania.                

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