sábado, 21 de julho de 2012

A liberdade de não ser livre



Você já reparou que, para onde quer que nos viremos, sempre tem alguém falando em democracia, direitos e liberdade? Porém, se analisarmos os fatos, veremos que essas são palavras vazias e, muitas vezes, quem as pronuncia não sabe realmente o significado de cada uma.
Já postei algo sobre esse assunto, mas acho que nunca é demais repetir, principalmente quando começamos a acreditar no que ouvimos e passamos a repetir as mesmas coisas como se fôssemos um papagaio repetindo uma nova palavra aprendida.
A questão é que, atualmente, todo mundo se considera um defensor da liberdade e apregoa defendê-la com unhas e dentes. Entretanto, quando surge a oportunidade de realizar esse discurso na prática, mostram-se mais reacionárias do que as pessoas que elas acusam de sê-lo.
Essa é uma prática muito comum na política (inclusive a que é praticada no meio universitário). Todos pregam a liberdade de pensamento e de expressão, mas se mostram intolerantes e intransigentes diante de um pensamento contrário. Fala-se muito em dialética, mas não existe dialética quando se nega e não se aceita o contrário. A dialética se caracteriza pela junção de ideias opostas e/ou contraditórias para que se possa chegar a um consenso, a síntese. Alguns podem dizer que nossos políticos fazem isso, já que chegam a acordos. Errado! O que eles fazem são concessões para conseguir privilégios: me dá um Ministério e eu voto a favor da sua emenda. Isso não é dialética: é troca de favores.
Temos sofrido esta censura no nosso modo de pensar até mesmo coisas triviais. Simplesmente se estabelece que, a partir de agora, determinado tipo de comportamento deve ser aceito como algo normal, sem críticas. E ai de quem pensar o contrário: é tachado de reacionário, conservador e preconceituoso. Ninguém tem mais o direito de defender suas ideias e valores, já que muitas coisas passaram a ser impostas por força de Lei. Pense o contrário e será preso!, é o lema atual. Seja um bom menino e aceite tudo passivamente, sem pensar. Quem sabe, você não ganha uma balinha?
Até os nossos direitos nos são impostos. Ouvimos dizer que o voto é um direito do cidadão. Se é um direito, então eu decido se quero votar ou não, não é mesmo? Não! O voto é considerado obrigatório, e você poderá sofrer sanções caso não vote, como não obter empréstimos ou ficar impossibilitado de assumir um cargo público.
Que democracia é essa onde não temos a liberdade de pensar por conta própria e onde direitos são obrigatórios? Reclama-se da ditadura, porém, classes que antes se diziam oprimidas e/ou discriminadas, agora se tornaram opressoras e discriminatórias. Não vou citá-las nominalmente. Acho que o leitor é perspicaz o suficiente para identificá-las sozinho.
No passado, muitas pessoas morreram lutando por liberdade e democracia. Deram suas vidas para que outros pudessem dizer o que pensam e pensar livremente, quando eles mesmos não tiveram essa oportunidade. Será que lutaram e morreram em vão?
Termino com uma frase, dita pelo filósofo Voltaire, que procuro manter como meu lema de vida: “Não concordo com nada do que você diz, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-las”.
Isso é liberdade!            
          

         

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