Quando foi publicado, em 1951, o livro “As Crônicas
Marcianas” elevou rapidamente o seu jovem autor, então com 31 anos, Ray
Bradbury, à qualidade de um dos mestres da ficção científica. O livro fugia do
padrão dos livros de ficção científica tradicionais, com seus monstros, raios laser
e alienígenas beligerantes que tinham como único intuito a destruição gratuita
da Terra.
O livro é, exatamente, o que o seu título diz ser –
o título em inglês é “The Martian Chronicles”: uma série de crônicas que trata
da exploração e colonização do planeta Marte por parte dos terrestres. Contando
histórias separadas, mas que, por vezes, se entrelaçam, o livro mostra como
seria feita a colonização de Marte por parte de um enxame de terrestres
oriundos de uma Terra à beira de uma guerra – o livro foi lançado após a 2ª
Guerra Mundial e o início da “Guerra Fria”, entre Estados Unidos e a União
Soviética – e com seus recursos naturais já em escassez e sem empregos para
todos os seus habitantes.
E, quanto a Marte, uma incógnita permanece: quem
são os marcianos? Todos foram extintos? Existem sobreviventes? Se existem, onde
estão?
“As Crônicas Marcianas” retratam uma epopeia
moderna, onde os humanos são obrigados a ir, não atrás de novas terras, mas sim
atrás de novos planetas habitáveis, onde possam iniciar uma colonização. Ao
invés de batalhas espaciais, com naves futuristas e raios laser, as crônicas
relatam problemas humanos: homens tentando se encaixar em uma terra estranha,
conflitos, solidão, busca de conhecimento, sobrevivência.
Na verdade, “As Crônicas Marcianas”, mais do que ficção científica,
tratam do tema do destino do homem e do futuro de uma Terra onde, mais do que apavorantes
monstros verdes, os beligerantes são os seres humanos.
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