sábado, 9 de novembro de 2013

“As Crônicas Marcianas”, de Ray Bradbury, fogem do clichê da ficção científica tradicional



Quando foi publicado, em 1951, o livro “As Crônicas Marcianas” elevou rapidamente o seu jovem autor, então com 31 anos, Ray Bradbury, à qualidade de um dos mestres da ficção científica. O livro fugia do padrão dos livros de ficção científica tradicionais, com seus monstros, raios laser e alienígenas beligerantes que tinham como único intuito a destruição gratuita da Terra.
O livro é, exatamente, o que o seu título diz ser – o título em inglês é “The Martian Chronicles”: uma série de crônicas que trata da exploração e colonização do planeta Marte por parte dos terrestres. Contando histórias separadas, mas que, por vezes, se entrelaçam, o livro mostra como seria feita a colonização de Marte por parte de um enxame de terrestres oriundos de uma Terra à beira de uma guerra – o livro foi lançado após a 2ª Guerra Mundial e o início da “Guerra Fria”, entre Estados Unidos e a União Soviética – e com seus recursos naturais já em escassez e sem empregos para todos os seus habitantes.
E, quanto a Marte, uma incógnita permanece: quem são os marcianos? Todos foram extintos? Existem sobreviventes? Se existem, onde estão?
“As Crônicas Marcianas” retratam uma epopeia moderna, onde os humanos são obrigados a ir, não atrás de novas terras, mas sim atrás de novos planetas habitáveis, onde possam iniciar uma colonização. Ao invés de batalhas espaciais, com naves futuristas e raios laser, as crônicas relatam problemas humanos: homens tentando se encaixar em uma terra estranha, conflitos, solidão, busca de conhecimento, sobrevivência.
Na verdade, “As Crônicas Marcianas”, mais do que ficção científica, tratam do tema do destino do homem e do futuro de uma Terra onde, mais do que apavorantes monstros verdes, os beligerantes são os seres humanos.   

Nenhum comentário:

Postar um comentário