Os últimos anos têm apresentado, no Brasil, um
crescimento do mercado editorial motivado pelo aumento de leitores. Pessoas que
passam a ler por obrigação – como é o caso dos estudantes do Ensino Médio e
Universitários – ou pelo simples prazer de ler. Nunca, no Brasil, o mercado
editorial publicou tantos livros. E, dentre esses novos leitores, vemos o
surgimento de um tipo específico: aquele cuja família não tem o hábito de ler.
Muitas famílias não dão o exemplo da leitura a seus
filhos, por várias razões: falta de dinheiro para comprar livros, pouco estudo
por parte dos pais ou a simples falta de hábito, por não perceberem a
importância da leitura. Entretanto, muitos jovens começaram a perceber que,
caso pretendam ter uma vida diferente da de seus pais, obtendo um emprego
melhor e, consequentemente, um salário melhor, precisarão cursar uma
universidade e, além de simplesmente obter um diploma, precisarão adquirir mais
conhecimento, o que poderá ser atingido por intermédio da leitura. Desta forma,
alguns alunos começam a procurar bibliotecas – geralmente, a de suas escolas –
e passam a adquirir o hábito de ler livros, mesmo que estes não tenham sido
recomendados pelos professores. Percebem que, fazendo isto, irão adquirir mais
conhecimentos. Com o passar do tempo, a busca pelo conhecimento por meio da
leitura se transforma em prazer em ler.
A leitura, mesmo a que é feita por simples prazer,
cria uma consciência de mundo que, sem a leitura, a pessoa normalmente não
adquire. O livro nos leva a ter diferentes maneiras de perceber a realidade.
A Internet também tem contribuído para o aumento do
número de leitores. As pessoas podem, por exemplo, baixar obras gratuitamente
em sites de domínio público. Além disto, em redes sociais, blogs e sites as
pessoas escrevem e leem bastante, mesmo aquelas que dizem “não gostar de ler”.
Diversos tipos de textos circulam pela rede, o que faz com que as pessoas
acabem percebendo que, ao contrário do que dizem, gostam, sim, de ler, uma vez
que passam o dia inteiro fazendo exatamente isto.
O exemplo da leitura em casa também auxilia a
formação de novos leitores, pois, ao ver os pais lendo, a criança terá a
tendência a imitá-los. Pais que leem e levam os seus filhos a livrarias e
bibliotecas estão ajudando na formação de um novo leitor. E, neste caso, os
novos leitores que estão surgindo passarão o hábito de ler a seus filhos,
contribuindo para a disseminação da leitura, não apenas como uma obrigação
devido aos estudos, mas como uma forma prazerosa de lazer.
O professor também tem um papel crucial na formação
de novos leitores. Quando os pais não têm o hábito da leitura, caberá ao
professor formar os novos leitores entre os seus alunos. Porém, o que observamos
é que muitos professores não possuem o hábito de ler. Sem ler, como o professor
poderá incentivar e auxiliar os seus alunos a se tornarem leitores?
O surgimento de autores e livros que seguem a linha
infanto-juvenil, como a série Harry Potter e “As crônicas de Nárnia”, por
exemplo, também tem atraído a atenção de jovens, que passam a experimentar a
leitura e acabam percebendo que ela também pode ser prazerosa.
O papel da escola moderna será o de aliar as novas tecnologias que têm
surgido com o suporte em livro, mostrando aos alunos que a leitura deve ser
praticada não apenas como uma obrigação escolar, mas como uma atividade
intelectual que auxiliará o jovem na sua vida futura, bem como uma forma de
lazer que pode conviver com o videogame, o DVD e as redes sociais.
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