segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Novos leitores surgem entre jovens cujas famílias não têm o hábito de leitura


Os últimos anos têm apresentado, no Brasil, um crescimento do mercado editorial motivado pelo aumento de leitores. Pessoas que passam a ler por obrigação – como é o caso dos estudantes do Ensino Médio e Universitários – ou pelo simples prazer de ler. Nunca, no Brasil, o mercado editorial publicou tantos livros. E, dentre esses novos leitores, vemos o surgimento de um tipo específico: aquele cuja família não tem o hábito de ler.
Muitas famílias não dão o exemplo da leitura a seus filhos, por várias razões: falta de dinheiro para comprar livros, pouco estudo por parte dos pais ou a simples falta de hábito, por não perceberem a importância da leitura. Entretanto, muitos jovens começaram a perceber que, caso pretendam ter uma vida diferente da de seus pais, obtendo um emprego melhor e, consequentemente, um salário melhor, precisarão cursar uma universidade e, além de simplesmente obter um diploma, precisarão adquirir mais conhecimento, o que poderá ser atingido por intermédio da leitura. Desta forma, alguns alunos começam a procurar bibliotecas – geralmente, a de suas escolas – e passam a adquirir o hábito de ler livros, mesmo que estes não tenham sido recomendados pelos professores. Percebem que, fazendo isto, irão adquirir mais conhecimentos. Com o passar do tempo, a busca pelo conhecimento por meio da leitura se transforma em prazer em ler.
A leitura, mesmo a que é feita por simples prazer, cria uma consciência de mundo que, sem a leitura, a pessoa normalmente não adquire. O livro nos leva a ter diferentes maneiras de perceber a realidade.
A Internet também tem contribuído para o aumento do número de leitores. As pessoas podem, por exemplo, baixar obras gratuitamente em sites de domínio público. Além disto, em redes sociais, blogs e sites as pessoas escrevem e leem bastante, mesmo aquelas que dizem “não gostar de ler”. Diversos tipos de textos circulam pela rede, o que faz com que as pessoas acabem percebendo que, ao contrário do que dizem, gostam, sim, de ler, uma vez que passam o dia inteiro fazendo exatamente isto.
O exemplo da leitura em casa também auxilia a formação de novos leitores, pois, ao ver os pais lendo, a criança terá a tendência a imitá-los. Pais que leem e levam os seus filhos a livrarias e bibliotecas estão ajudando na formação de um novo leitor. E, neste caso, os novos leitores que estão surgindo passarão o hábito de ler a seus filhos, contribuindo para a disseminação da leitura, não apenas como uma obrigação devido aos estudos, mas como uma forma prazerosa de lazer.
O professor também tem um papel crucial na formação de novos leitores. Quando os pais não têm o hábito da leitura, caberá ao professor formar os novos leitores entre os seus alunos. Porém, o que observamos é que muitos professores não possuem o hábito de ler. Sem ler, como o professor poderá incentivar e auxiliar os seus alunos a se tornarem leitores?
O surgimento de autores e livros que seguem a linha infanto-juvenil, como a série Harry Potter e “As crônicas de Nárnia”, por exemplo, também tem atraído a atenção de jovens, que passam a experimentar a leitura e acabam percebendo que ela também pode ser prazerosa.
O papel da escola moderna será o de aliar as novas tecnologias que têm surgido com o suporte em livro, mostrando aos alunos que a leitura deve ser praticada não apenas como uma obrigação escolar, mas como uma atividade intelectual que auxiliará o jovem na sua vida futura, bem como uma forma de lazer que pode conviver com o videogame, o DVD e as redes sociais. 

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