terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Os X-Men e a luta contra o preconceito



Em uma época em que a palavra ‘preconceito’ está em voga – preconceito racial, contra os homossexuais, religiosos etc. –, os quatro filmes dos X-Men, que tem sido exibido regularmente na TV aberta e na por assinatura, traz à tona essa questão, embora muitas pessoas que assistem ao filme o vejam apenas como uma interessante história sobre pessoas com superpoderes.
Os X-Men foram criados por Stan Lee e Jack Kirby e estrearam na revista “The X-Men #1”, em setembro de 1963. A princípio, os X-Men eram formados apenas por mutantes americanos, mas depois tornou-se um grupo com membros de várias etnias e nacionalidades: alemães, irlandeses, canadenses, russos, quenianos e japoneses; brancos, pretos, índios e amarelos.    
As histórias, além de servirem como pura diversão, também retratavam temas polêmicos, discutindo questões que envolviam as “minorias, tais como questões sobre tolerância, diferenças, assimilação de outras culturas e tocava em um ponto utilizado pelo nazismo: a crença na existência de uma "raça superior". Os próprios mutantes, tais como Magneto, referem-se a eles mesmos como sendo o “homo superior”, o próximo passo da evolução do “homo sapiens”.
Por serem diferentes das pessoas consideradas “normais”, os mutantes são vistos com desconfiança, precisando esconder-se para serem aceitos pela sociedade. Personagens como Mística, que pode assumir a aparência de quem ela quiser, é um exemplo. Sua aparência original é de pele escamosa e azul, com cabelos vermelhos. Pela sua aparência tão diferente, ela esconde-se assumindo a forma de uma mulher considerada “normal”, escondendo sua forma real. Desta forma, não causa estranheza entre as pessoas, sendo aceita pela sociedade.
A luta dos mutantes, nas revistas em quadrinhos e nos filmes, é vista por muitos como uma luta apenas física, com seres poderosos que utilizam raios, garras, telepatia etc. contra seus inimigos. Porém, os mutantes têm uma luta muito maior: a de serem aceitos pela sociedade, podendo levar uma vida normal ao lado de pessoas não-mutantes. Lutam contra a discriminação e o preconceito que sofrem simplesmente por serem “diferentes”.
Os X-Men revolucionaram os quadrinhos ao tratar de temas delicados, ainda mais em uma sociedade conservadora como é a americana. E, mesmo hoje, os heróis permanecem atuais ao tocar em uma ferida que ainda permeia nossa sociedade. Talvez seja por isso que os X-Men atraiam tantas pessoas aos cinemas, conquistando tantos fãs.
Nas histórias, as pessoas temem os mutantes por eles serem diferentes. Em um dos episódios, foi criada uma “cura”, que transformaria os mutantes em pessoas normais. Se compararmos o mundo dos mutantes com o nosso, veremos que eles não são muito diferentes.
E, para aqueles que afirmam não ter preconceitos, fica uma pergunta: como você reagiria se encontrasse, na sua frente, um mutante como Wolverine ou Magneto? O convidaria para tomar um café ou sairia correndo com medo dele?   

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