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@Sebo_Cultural64
No Brasil, como os governos federal, estadual e
municipais, geralmente, são omissos principalmente em questões ligadas à
educação, cabe à iniciativa privada a criação de projetos que supram certas
deficiências encontradas em todas as cidades do nosso país – até mesmo nas
capitais mais importantes.
Um destes projetos está sendo realizado pela ONG
Vaga Lume, criada em São Paulo, que tem por objetivo criar bibliotecas em
localidades que não disponham deste recurso. O trabalho realizado pela ONG
atinge 160 comunidades em nove estados que compreendem a chamada Amazônia
Legal: Amazonas, Acre, Roraima, Rondônia, Tocantins, Amapá, Mato Grosso,
Maranhão e Pará.
Muitas dessas comunidades situam-se em locais
isolados e em muitas delas não há Internet, telefone e, em algumas, nem mesmo
luz elétrica. As escolas sofrem com problemas de infraestrutura, com salas mal
iluminadas, cadeiras quebradas e falta de material didático. A maioria não
possui biblioteca.
Este projeto, iniciado há 12 anos, procura minorar
esta deficiência. Segundo seus próprios dados, a ONG já distribuiu cerca de 83
mil livros em diversas comunidades rurais. Os livros são enviados, geralmente,
de barco, o transporte comum em uma região onde o tráfego fluvial é intenso e,
em muitos locais, não existem estradas que liguem as comunidades.
Apesar da intensa propaganda dos governos – em
todos os níveis – enaltecendo a “melhora” da educação brasileira, o que vemos,
na prática, são escolas sem estrutura, professores despreparados e
desinteressados (o baixo salário, geralmente, é utilizado como desculpa, mas
será que eles melhorariam o nível de suas aulas se ganhassem mais?), alunos que
passam sem aprenderem os assuntos mais básicos etc. Programas como este da Ong
Vaga Lume, realizado sem a intervenção e apoio dos governos, são, muitas vezes,
mais eficientes do que as propostas oficiais, que muitas vezes são criadas
apenas para o benefício de alguns, uma vez que as verbas nem sempre chegam ao
seu destino.
Talvez seja hora de o governo aprender com as
iniciativas particulares. Para aqueles que defendem que o ensino deveria ser totalmente
público, sem a intervenção particular, iniciativas como esta deveriam fazê-los
pensar mais um pouco e, quem sabe, rever os seus conceitos.
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