Neste fim de
semana, aconteceu uma situação no jogo Internacional x Palmeiras que faz com
que pensemos a situação brasileira, não só no futebol, em época de Copa do
Mundo, mas também no cenário político, já que presenciamos muitas situações ilegais
ocorrendo a cada momento. Voltando ao lance em questão, vale lembrar,
inicialmente, que a FIFA, a manda-chuva do futebol mundial, proíbe
terminantemente o uso de quaisquer recursos eletrônicos que possam influenciar
no andamento do jogo, exceção feita ao aparelho de comunicação utilizado pelo
árbitro e pelos seus auxiliares.
No jogo entre
Internacional x Palmeiras, o atacante Barcos, do Palmeiras, fez um gol com a
mão. O árbitro, entretanto, não viu a irregularidade e validou o gol. O mesmo
fizeram o bandeira e o auxiliar na linha de fundo. Os jogadores do
Internacional reclamaram e, na confusão, o árbitro foi avisado, pelo delegado
da partida (o qual, diga-se de passagem, não faz parte da equipe de arbitragem
e, portanto, não pode interferir no jogo), de que o gol realmente havia sido
feito com a mão. Entretanto, aparentemente, o delegado recebeu a informação por
intermédio de uma repórter da tv Bandeirantes que se encontrava à beira do
gramado e foi informada pelo comentarista do jogo. Diante disso, o árbitro
voltou atrás na decisão e anulou o gol, sem, contudo, dar cartão amarelo para o
atacante palmeirense, o que seria o mais acertado.
Resumindo:
apesar da proibição da FIFA de se utilizar qualquer recurso eletrônico, o árbitro
do jogo se valeu de uma informação recebida de alguém que não faz parte da
equipe de arbitragem para anular o gol do Palmeiras.
O Palmeiras,
agora, pede a anulação do jogo baseado no fato de que o meio utilizado para
invalidar o seu gol foi ilegal. Isso me faz lembrar de um caso, ocorrido nos
Estados Unidos, em que um traficante de drogas teve sua casa invadida pela
polícia. Na casa, foi encontrada uma grande quantidade de drogas e o traficante
foi preso. No julgamento, seu advogado alegou que a invasão fora ilegal, pois
os policiais não estavam munidos de um mandato de busca e apreensão. Assim, o
traficante, mesmo sendo culpado, foi solto pelo fato de que as provas
recolhidas contra ele foram obtidas de modo ilegal.
O mesmo se
aplica ao gol de mão do Palmeiras. Moralmente, a anulação do gol foi correta,
já que o gol foi feito de forma irregular. Porém, a maneira como o gol foi
anulado também foi feita de modo ilegal, já que ninguém da equipe de arbitragem
havia percebido a irregularidade e havia validado o gol, a princípio. A “prova”
da irregularidade foi obtida por meio de uma repórter, utilizando o recurso da
televisão, recurso este proibido pela FIFA.
Entretanto, em
um país onde presenciamos, todos os dias, várias irregularidades, praticadas
por políticos, na sua maioria, mas também pelo cidadão comum – que reclama da
roubalheira dos políticos, mas que sempre tenta “levar vantagem” em tudo –, esse
caso deve ser mais um para entrar no rol dos casos em que, apesar de uma irregularidade
comprovada, a coisa toda vai acabar em pizza – e, no caso do Palmeiras, time
fundado por italianos, nada mais apropriado.
Na época em que
Lula era presidente, presenciamos vários casos comprovados de ROUBOS praticados
por pessoas próximas a ele. Porém, Lula alegava que não sabia de nada e a coisa
ficava por isso mesmo. Vimos, recentemente, várias pessoas sendo julgadas no
caso do Mensalão. Se o julgamento fosse, realmente, sério, e não apenas uma
tentativa de se mostrar que está sendo feita alguma coisa para moralizar o
país, Lula deveria estar entre os acusados e deveria ser condenado por omissão,
no mínimo.
Entretanto, em
um país onde praticar atos ilegais já virou rotina, o uso ilegal da tv para
anular o gol do atacante Barcos acabará sendo logo esquecido. E vamos em frente
que a Copa está chegando.
Contrariando o
comercial da Brahma, vou deixar o otimismo imbecil de lado e vou dizer, a plenos
pulmões: IMAGINA NA COPA!!!
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