Notícias no twitter:
@sebo_cultural64
Tenho ouvido algumas pessoas criticarem outras, principalmente
na imprensa, tachando-as de “intolerantes”. Para isso, baseiam-se em
comentários considerados homofóbicos, racistas e por aí vai. Se alguém faz um
comentário considerado “antigay”, como foi o caso da atleta russa de salto com
vara, Isenbayeva, é logo tachada de intolerante, homofóbica etc.
Mas, afinal, o que é ser intolerante?
Segundo o Dicionário Houaiss, intolerância é a
“tendência a não suportar ou condenar o que desagrada nas opiniões, atitudes
etc. alheias”. Ou seja, é não aceitar as “diferenças”, mesmo que não se concorde
com elas. Ressalte-se isto: ser “intolerante” não é discordar de uma
determinada opinião; é não aceitar uma opinião divergente. Ou seja, um
indivíduo pode ser ateu, mas pode – e deve – respeitar as pessoas que são
religiosas. Isso não quer dizer que ele não possa dar sua opinião contrária às
religiões, mas sempre respeitando a opinião daqueles que acreditam em Deus.
O mesmo se aplica aos homossexuais, por exemplo.
Uma pessoa pode não concordar com o homossexualismo, mas deve respeitar aqueles
que optam – não sei nem se “optar” seria o termo mais adequado – por esta
prática. Ele pode não concordar, mas deve respeitar uma opinião divergente.
Caso não faça isso, estará sendo intolerante.
Aonde eu quero chegar é que, pessoas que “criticam”
outras por considerá-las intolerantes, acabam se tornando intolerantes, também.
Elas não aceitam que outras pessoas tenham uma opinião divergente da sua, querem
que todos se adaptem à manada, que externem o pensamento “da moda”.
Atualmente, há uma espécie de apelo para que se
respeitem as diferenças. Entretanto, o que vemos são pessoas que não respeitam
aqueles que pensam diferente, tachando-os de racistas, homofóbicos, machistas,
reacionários etc.
O que temos que compreender é o que os discursos –
e, no final, tudo se resume a discursos disseminados ao longo do tempo – contra
homossexuais e negros, por exemplo, são frutos de um comportamento histórico
que não será mudado apenas com Leis, mas sim com a conscientização das pessoas.
E, aí, entra o papel da educação, tão negligenciada ao logo do tempo.
No caso dos jogos na Rússia, muitos já falam até
mesmo em boicote devido às leis antigays do país. Imposições não vão levar a
nada. Um país não vai mudar seus hábitos devido a imposições externas.
O que as pessoas deviam fazer é perceber que os
seus discursos contra a intolerância estão “carregados” de intolerância. O que
é um contra-senso. Não posso defender a eliminação da intolerância sendo
intolerante; não posso defender a liberdade sendo autoritário. Afinal, o
autoritarismo também é uma forma de intolerância.
Nenhum comentário:
Postar um comentário