segunda-feira, 19 de agosto de 2013

O que significa ser “intolerante”?

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Tenho ouvido algumas pessoas criticarem outras, principalmente na imprensa, tachando-as de “intolerantes”. Para isso, baseiam-se em comentários considerados homofóbicos, racistas e por aí vai. Se alguém faz um comentário considerado “antigay”, como foi o caso da atleta russa de salto com vara, Isenbayeva, é logo tachada de intolerante, homofóbica etc.
Mas, afinal, o que é ser intolerante?
Segundo o Dicionário Houaiss, intolerância é a “tendência a não suportar ou condenar o que desagrada nas opiniões, atitudes etc. alheias”. Ou seja, é não aceitar as “diferenças”, mesmo que não se concorde com elas. Ressalte-se isto: ser “intolerante” não é discordar de uma determinada opinião; é não aceitar uma opinião divergente. Ou seja, um indivíduo pode ser ateu, mas pode – e deve – respeitar as pessoas que são religiosas. Isso não quer dizer que ele não possa dar sua opinião contrária às religiões, mas sempre respeitando a opinião daqueles que acreditam em Deus.
O mesmo se aplica aos homossexuais, por exemplo. Uma pessoa pode não concordar com o homossexualismo, mas deve respeitar aqueles que optam – não sei nem se “optar” seria o termo mais adequado – por esta prática. Ele pode não concordar, mas deve respeitar uma opinião divergente. Caso não faça isso, estará sendo intolerante.
Aonde eu quero chegar é que, pessoas que “criticam” outras por considerá-las intolerantes, acabam se tornando intolerantes, também. Elas não aceitam que outras pessoas tenham uma opinião divergente da sua, querem que todos se adaptem à manada, que externem o pensamento “da moda”.
Atualmente, há uma espécie de apelo para que se respeitem as diferenças. Entretanto, o que vemos são pessoas que não respeitam aqueles que pensam diferente, tachando-os de racistas, homofóbicos, machistas, reacionários etc.
O que temos que compreender é o que os discursos – e, no final, tudo se resume a discursos disseminados ao longo do tempo – contra homossexuais e negros, por exemplo, são frutos de um comportamento histórico que não será mudado apenas com Leis, mas sim com a conscientização das pessoas. E, aí, entra o papel da educação, tão negligenciada ao logo do tempo.
No caso dos jogos na Rússia, muitos já falam até mesmo em boicote devido às leis antigays do país. Imposições não vão levar a nada. Um país não vai mudar seus hábitos devido a imposições externas.
O que as pessoas deviam fazer é perceber que os seus discursos contra a intolerância estão “carregados” de intolerância. O que é um contra-senso. Não posso defender a eliminação da intolerância sendo intolerante; não posso defender a liberdade sendo autoritário. Afinal, o autoritarismo também é uma forma de intolerância.
  

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