sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Por que, para as pessoas religiosas, só temos livre arbítrio para fazer bobagens?

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Recebo, pelas redes sociais, várias postagens que transmitem mensagens religiosas, das mais diversas denominações. Até aí, tudo bem. A liberdade de pensamento e, principalmente, a diferença de pensamentos nos ajuda a formar as nossas próprias opiniões, às vezes nos auxiliando a entender assuntos sobre os quais não temos muito conhecimento.
Porém, algo que não pude deixar de notar é a semelhança de pensamento constante nestas mensagens, mesmo quando as pessoas defendem posições religiosas contrárias. Uma delas parece fazer de nós marionetes nas mãos de Deus, já que este define, antecipadamente, tudo que irá acontecer na nossa vida – os muçulmanos, por exemplo, acreditam nisto. Porém, muitas pessoas nos consideram como marionetes quando o que nos acontece é bom. Quando o que nos acontece é ruim, a culpa é nossa.
Vemos isso o tempo todo. Pessoas que vão às igrejas para pedir um emprego, por exemplo, fazem promessas aos santos – nos caso dos católicos – ou pedem diretamente a Jesus – no caso dos evangélicos. E, então, quando a pessoa consegue o emprego, aparece alguém e diz que ele só conseguiu o trabalho porque Deus fez esta “graça” na vida dele. Ou o santo/santa foi o/a responsável por ele ter conseguido o trabalho. Ou seja, o mérito não é da pessoa, e sim daquele para quem ele pediu a graça.
Entretanto, quando a pessoa, depois de muito rezar, orar, pedir, implorar, fazer novenas e promessas, não consegue o emprego, aparece alguém e diz que ele não conseguiu porque não possui merecimento aos olhos de Deus. Ou seja, a culpa por não ter conseguido o emprego é da própria pessoa.
As religiões vêm fazendo isso com as pessoas há muito tempo. Tiram todos os méritos de suas ações, ao mesmo tempo que as fazem se sentir culpadas por suas falhas. Se consigo algo, foi Deus quem deu para mim; se não consigo, a culpa é minha.
Será que as coisas funcionam dessa forma ou, na verdade, somos marionetes, sim, mas não nas mãos de Deus, e sim nas mãos de líderes religiosos que nos manipulam para conseguiram vantagens pessoais e materiais – apesar de pregarem o desapego às coisas materiais para o seu “rebanho”?
E isso ocorre porque as pessoas não se dão o trabalho de “pensar”, mas aceitam passivamente tudo o que os líderes religiosos lhes dizem – mesmo que não façam o menor sentido.


Se somos marionetes nas mãos de Deus ou se temos livre arbítrio para tomarmos nossas próprias decisões, não temos como saber. Mas tenho certeza de que, qualquer que seja a situação, ela vale tanto para nossos acertos quanto para nossos erros.    

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